sábado, 26 de janeiro de 2013

O Servo Inconstante

Á frente de todos os presentes, o Mestre narrou com simplicidade.
- Certo homem encontrou  a  luz da  Revelação Divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os Anjos do Céu.
Tanto suplicou essa bênção ao Pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha.
Por intermédio de vários amigos, orientados pelo Poder Divino, o candidato, que demonstrava acentuada tendência pela escultura, foi conduzido a colaborar com antigo mestre, em mármore valioso.
No entanto, a breve tempo, demitiu-se, alegando a impossibilidade de submeter-se a um homem ríspido e intratável: transferiu-se, desse modo´, para uma oficina consagrada à confecção de utilidades de madeira, sob as diretrizes de velho escultor. Abandonou-o também, sem delongas, asseverando que lhe não era possível suporta-lo. Em seguida, empregou-se sob às determinações de conhecido operário em construção de colunas em estilo grego. Não tardou, entretanto, a deixa-lo, declarando não lhe tolerar as exigências. Logo após, entregou-se ao trabalho, sob as ordens experimentado escultor de ornamentações em arcos festivos, mas, finda uma semana, fugiu aos compromissos assumidos, afirmando haver encontrado um chefe por demais violento e irritadiço.
Depois colocou-se sob a orientação de um fabricante de arcas preciosas, se quem se afastou em poucos dias, a pretexto de se tratar de criatura desalmada e cruel.
E, assim, de tarefa em tarefa, de oficina em oficina, o aspirante ao Céu dizia, invariavelmente, que lhe não era possível incorporar as próprias energias à experiência terrestre, por encontrar, em toda parte o erro, a maldade, e a perseguição nos que o dirigiam, até que a morte veio busca-lo à presença dos Anjos do Senhor.
Com surpresa, porem, não os encontrou tão sorridentes quanto aguardava. Um deles avançou, triste e indagou:
- Amigo, por que não te preparaste ante os imperativos do Céu?
O interpelado que identificava a própria inferioridade, nas sombras em que se envolvia, clamou em prato que só havia encontrado exigência e dureza nos condutores da luta humana.
O Mensageiro, no entanto, observou, com amargura:
- O Pai chamou-te a servir em teu próprio proveito e, não, a julgar. Cada homem dará conta de si mesmo a Deus. Ninguém escapará á Justiça Divina que se pronuncia no momento preciso. Como pudeste esquecer tão simples verdade, dentro da vida?
O malho bate a bigorna, o ferreiro conduz o malho, o comerciante examina a obra do ferreiro, o povo dá opinião sobre o negociante, e o Senhor , no conjunto, analisa e julga a todos. Se fugiste a pequenos serviços do mundo,  sob a alegação de que os outros eram incapazes e indignos da direção, como poderás entender o ministério celestial?
E o trabalhador inconstante passou às consequências de sua queda impensada.
Jesus fez uma pausa e concluiu:
_ Quem estiver sob o domínio de pessoas enérgicas e endurecidas na disciplina, excelentes resultados conseguirá recolher se souber e puder aproveitar-lhes a aspereza, inspirando-se na madeira bruta ao contato da plaina benfeitora.
Abençoada seja a mão que educa e corrige, mas bem-aventurado seja aquele que se deixa aperfeiçoar ao seu toque de renovação e aprimoramento, pois os mestres do mundo sempre reclamam a lição de outros mestres, mas a obra do bem, quando realizada para todos, permanece eternamente.

Texto Nº 5, extraído do livro: Jesus no Lar, ditado pelo espirito de Neio Lúcio, psicografado por Francisco Cândido Xavier.


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