Diante de tantas incoerências dentro do movimento espírita
brasileiro com relação ao Espiritismo sério, José Herculano Pires, a mais de 30
anos, já nos advertia e previa essa bagunça doutrinária que infelizmente vemos
hoje. E em sua visão de filósofo e estudioso do Espiritismo dava-nos a solução
para o problema: Estudar sistematicamente e compreender as obras de Allan
Kardec abandonando esse Pseudo-Espiritismo fanático-mediúnico, adorador de
médiuns, igrejeiro e católico que se instalou como uma praga no falido
movimento Espírita Brasileiro.
Vejamos um trecho do Livro Curso Dinâmico de Espiritismo, em
seu capítulo 17: Ação Espírita na Transformação do Mundo.
“As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre
corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar
os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é
duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem
desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando
oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade
universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritas que, na sua
maioria, se deixam levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo
deformado pela influência de formações religiosas anteriores. Precisamos
restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um
passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade
urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a fornecerem
uma sólida e esclarecida doutrina espírita, poderão realmente contribuir para a
modificação do mundo em que vivemos. Gerações e gerações de espíritas
passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de
educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas
alguns hábitos espíritas, ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se,
às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é
oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se
defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas
peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e
filhos ignorantes, na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do
que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos (Parvo, pateta,
boboca. Indivíduo que se deixa enganar facilmente.). Duras são e têm de
ser as palavras, porque ineptas e criminosas foram as ações condenadas. A
preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por
intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhar inútil e
vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos
divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices
fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta
prevista de Kardec para continuar seu trabalho. Em compensação, surgiram
os reformadores e adulterados, as mistificações deslumbrantes e vazias e até
mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos
de suas mais valiosas afirmações doutrinárias.”
José Herculano Pires
Um comentário:
Excelente post, saibamos seguir neste caminho. Luz e Paz!
Bjs,Flavia
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