Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Senhor!
No concerto das forças que te desejam honrar, eu também sou
teu servo.
Por me atribuíres o dever de premiar o suor e sustentar o
bem, como recurso neutro
de aquisição, ando, entre as criaturas, freqüentemente, em
regime de cativeiro.
Muitas delas me escravizam para que eu lhes compre ilusões e
mentiras, prazeres e
consciências.
Noto com mais nitidez minha própria tarefa, cada vez que
escuto alguém chorar no
caminho, entretanto, quase sempre, estou preso...
Que fiz eu Senhor, para viver encarcerado no sombrio recinto
do cofre, como seu eu
fora um cadáver importante no esquife trancado da inércia?
Ensina aos que me guardam sem proveito que sou o sangue do
trabalho e do
progresso, da caridade e da cultura e ajuda-os para que me
liberte.
Quase todos eles procuram estar comigo, através da oração,
nos templos que
abraçam.
Dize-lhes na prece que sou a esperança do lar sem lume.
Fala-lhes que posso ser o
conforto das mães esquecidas,
o arrimo dos companheiros caídos em provação,
o leite devido aos pequeninos de estômago atormentado,
o remédio ao enfermo
e o lençol generoso e limpo dos que avizinham do túmulo.
o arrimo dos companheiros caídos em provação,
o leite devido aos pequeninos de estômago atormentado,
o remédio ao enfermo
e o lençol generoso e limpo dos que avizinham do túmulo.
Um dia, alguém te apresentou moeda humilde, empenhada ao
imposto público para
que algo dissesse e recomendou fosse dado a César o que é de
César.
Muito, porém, não perceberam que te reportavas ao tributo e
não a mim e, julgando
que a tua palavra me condenasse, lançaram-me ao desprezo...
Não ignoras, contudo, que nasci para fazer o melhor e esteja eu vestido de ouro
ou de simples papel, sabes, Senhor, que eu também sou de Deus.
Meimei
Irma de Castro Rocha
1922 / 1946
Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu
nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles:
"Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração",
"Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus
Aguarda", "Mãe" etc... e, no entanto, tão pouco conhecida pelos
testemunhos que teve de dar quando em vida, Irma de Castro - seu nome de
batismo - foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou todos os
prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças.
Meimei nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme - MG e
transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo
Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de
Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24
anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo
Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.
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